segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O vermelho de saltar. (do que vi meus olhos arder)

A meia apertava a coxa e o sapato o dedo, tornando assim proporcional o incomodo com o frio na barriga, a secura nos lábios o tremor nas mãos e o cabelos incomodados por debaixo da peruca velha e engomada.Vivo ali somente a brasa do cigarro que queimava na mesma velocidade que tragava as injurias de tudo que estava a seu redor.Era vermelho, da cor do esmalte, na cor dos olhos e na cor da alma.Pisava sempre com a ponta dos pés, o salto colocava longe da real perpectiva que pisava.Não pisava, se equilibrava apenas com a ponta dos pés.Tentava saber onde deixou de ver os dedos que gostava de pegar as mexiricas no pé, sempre aquelas bem no alto e onde não se importava em subir cada vez mais para pegar as melhores lá no alto.Onde o caldo era doce.Também os galhos secos riscavam seus braços e fazia arder a pele, mas sabia que esse iria parar de arder com um beijo sincero e um sorriso de amor.Olhava para seu braço seco, a pele não riscada mas mesmo assim ardia.Não se importava.Deu a ultima tragada, o cigarro apagou poderia levantar e olhar para o céu e ir atras daquilo que sempre encantou.Mas não se importava, seus olhos já eram vermelhos de saltar.Com o pé incomodado, as coxas incomodadas,a secura na boca, a pele ardendo e com as pontas do pé pisou na calçada,assaltada já fora há tempos, perdendo o gosto até do gomo das mexericas.