A poesia que acumula em mim
já nasceu velha
não tem memória de acontecer
A poesia que rascunha em mim
E sempre mal interpretada
não tem destino de ser
A poesia que vive em mim
fica quase surda
perto do resto de mim
(uma sobra assombrosa)
O mim é indío
é sorriso,
fede á flor
A poesia que morre em mim
tem cheiro de chuva
terra crua
lavada á dor
A poesia que nasce em mim
segue a estrangular os dias
com café e manhãs
com café e manha