Deixo
saia das minhas mãos
de minha alma
isso que entrou em mim
me fez sangrar até secar
me fez cuspir amarga
em pedaços de papel
nos rascunhos de sonho
e na pele por fim
Deixo-te
assopro como a chuva
que passa rasgando a terra
esse halito doce que me invade a alma
Deixo-te
ideias cruas
pervesa na ponta do lápis, descabidas
zonza a girar rodeios pronta desnuda
e a outros e mais outros se dá, verbeia
Deixo-te
verdades tolas
sentidas por debaixo da saia, manobristas
carecidas de afago, de um trago, cuspidas
que tantos mundos me fazem tecer
apreendo das razões que me foram mentidas
mas são os olhos e o silêncio entre os verbos
que amo hoje,sem mais
Afirmo o presente
atenciosamente
Adeus!